PEQUENO PASSEIO PELA HISTÓRIA DO BASQUETE DO FLAMENGO

 Por Marcel Pereira e Arturo Vaz.

O Clube de Regatas do Flamengo foi fundado em 1895 no Rio de Janeiro com uma única modalidade: o remo. Em 1912 o clube abriu seu 2º departamento, aquele que o tornou mundialmente conhecido: o futebol. Depois destes dois, o esporte de maior tradição no clube é sem dúvida o basquete. Uma tradição de longa data, pois o Flamengo foi campeão do primeiro torneio disputado no Brasil, o Campeonato Carioca de Basquete de 1919. Em São Paulo, o basquetebol só começou em 1925, com o Espéria despontando tricampeão em 1925-26-27. Antes, a bola laranja já havia subido no Rio Grande do Sul, segundo estado onde o basquete foi implementado (a campeã gaúcha de 1923 foi a Associação Cristã de Moços).

 

Campeonato Carioca de 1919:

 

Campanha: 7 Jogos – 5 vitorias – 2 derrotas.

 

1º Turno:

 

25-09-1919 - Flamengo 26 x 19 América

17-10-1919 - Flamengo 26 x 31 Boqueirão

24-10-1919 - Flamengo 31 x 25 ACM

 

2º Turno:

 

31-10-1919 - Flamengo 33 x 17 América

07-11-1919 - Flamengo 28 x 36 ACM

14-11-1919 - Flamengo 34 x 23 Boqueirão

 

Decisão (Jogo Extra)

 

19-12-1919 – Flamengo 33 x 29 ACM

No primeiro tempo 15x14

Local: Quadra do América

Arbitro: Augusto Guimarães de Souza

Público estimado: Mil pessoas

Time: Carlos Santive, Itagibe Novaes, Maroim Marwin, Rizzo Zeth Baptista, Mario Sayão de Carvalho Araújo – Romano (era o capitão do time).

Os pontos: Marwin (14), Rizzo (12), Itagibe (4), Mario (3),

 

Lances livres: 8 convertidos e 4 perdidos.

 

Em 1933 houve a profissionalização do basquete. E foi um quinteto da Gávea o primeiro a deixar sua marca registrada. O time Tri-campeão Carioca de 1933-34-35 formava com Oscar, Miguel Martinez, Valdemar Coroa, Ádamo e Monteiro. A estrela da equipe era Martinez.

 

Mas o basquete só despontou com força no Brasil com a conquista da medalha de bronze nas Olimpíadas de Londres, em 1948. Neste desabrochar o cenário era absolutamente dominado pelo Flamengo, bi-campeão carioca de 1948-49. A estrutura principal da seleção tinha um trio de jogadores rubro-negros: Alfredo da Motta, Algodão e Affonso Évora, bicampeões cariocas em 1948 e 1949. Os dois primeiros foram os maiores pontuadores desta equipe. Nos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952, nada menos do que 6 jogadores da seleção brasileira (metade do grupo) eram atletas do Flamengo: Algodão, Alfredo da Motta, Godinho, Mário Hermes, Zé Mário e Tião Gimenez. Destes, 4 formavam a equipe titular que jogou as Olimpíadas de 1952 e que um ano antes conquistou uma medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos.

 

O maior título desta geração de ouro do basquete rubro-negro foi o Torneio de Campeões Sul-Americanos de 1953, em Antofagasta, norte do Chile. O quinteto rubro-negro superou 7 adversários: Antofagasta do Chile, Palestino, também do Chile, Bílis do Peru, Universidad do Equador, Olímpia do Paraguai, Paysandu do Uruguai e Santa Fé da Argentina. Foi o primeiro título internacional de um clube brasileiro na história do basquete no país.

 

Bicampeão Carioca em 1948-49, o Flamengo perdeu o título de 50 para a Associação Atlética Grajaú (hoje chama-se Grajaú Country Club), equipe liderada dentro de quadra por Ruy de Freitas. Nos anos posteriores, 10 títulos seguidos: em 1951 com o Botafogo como vice, em 52 o vice foi o Fluminense, entre 1953 e 56 quatro vices do Sirio e Libanês, clube da Tijuca. Em 57 o batido na final foi o Vasco, em 58 e 59 por duas vezes seguidas o Fluminense, e em 60, na campanha do deca, o Tijuca Tênis Clube. Uma base que vinha fazendo história desde 1948 foi sendo reposta, com as contratações de Fernando BroBro ao Vasco, de Waldir Boccardo ao Botafogo, e de Otto Nóbrega ao Fluminense.

 

Entre 51 e 54 o time tinha Algodão, Godinho, Alfredo da Motta, Mário Hermes, Zé Mário, Tião Gimenez, Artur e Guguta. Em 55, contava também com Válter de Almeida e Fernando BroBro. Em 56 se somaram Willi e Otto Nóbrega (Alfredo da Motta, Godinho, Mário Hermes, Zé Mário, Artur e Tião já não estavam mais). A partir de 58, chegaram Zé Coqueiro e Waldir Boccardo. E em 60, chegou o baiano Mical (que nos anos 60 faria história também no Corinthians).

 

O ícone desta geração dentro de quadra foi Zenny de Azevedo. Ele nasceu em Realengo e ainda garoto se mudou para Campo Grande, onde recebeu o apelido que carregou por toda sua vida: Algodão. Foi onde conheceu o basquete, no Clube dos Aliados. Chegou ao Flamengo jovem e não demorou muito a alçar à Seleção Brasileira, por quem começou a brilhar nas Olimpíadas de 48. Com a camiseta verde e amarela jogou as Olimpíadas de 1948 (Bronze), 1952 (6º lugar), 1956 (6º lugar) e 1960 (Bronze). Jogou os Mundiais de 1950 (4º lugar), 1954 (Vice-campeão) e 1959 (Campeão). Disputou ainda os Jogos Pan-Americanos de 1951 (Bronze), 1955 (Bronze) e 1959 (Bronze). Com o Flamengo, um histórico fantástico: entre 1948 e 1962, disputou 15 edições do Campeonato Carioca, sagrando-se 13 vezes campeão.

 

O outro ícone foi o paraibano Togo Renan Soares, o Kanela. Ele foi técnico do Flamengo de 1948 a 1970 e treinador da seleção brasileira de 1951 a 1971. Com ele o Flamengo foi Campeão Carioca em 1948, 49, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 62 e 64. Com a Seleção Brasileira, foi vice-campeão Mundial em 54 no Rio de Janeiro e Bi-Campeão Mundial, em 59 em Santiago e em 63 no Rio de Janeiro. Em 70 voltou a ser vice-campeão Mundial, em Ljubljana na Iugoslávia. Em Jogos Pan-Americanos, foi Prata em 63 e Bronze em 51, 55 e 59. Foi ainda Bronze nos Jogos Olímpicos em 1960. Foi Campeão Sul-Americano com o Brasil em 59, 60, 61, 63 e 71, e Campeão Sul-Americano de Clubes com o Flamengo em 53.

 

Depois da Era Algodão-Kanela, o clube ficou sem vencer o Carioca de 1965 a 1973, voltou a ser campeão com o técnico Tude Sobrinho nos campeonatos de 75 e 77. Em 1977, o Flamengo ainda foi a surpresa na Taça Brasil, vencendo o favorito Palmeiras na 1ª fase por 94 a 77 e ficando em 1º lugar, forçando uma semi-final entre os favoritos Franca e Palmeiras. O jogo acabou vencido pelo time da capital paulista que foi para a final contra a aguerrida turma da Gávea. O quinteto palmeirense venceu a final por 66 a 62 a assegurou o título nacional. O time de 77 tinha Peixotinho, o norte-americano Thompson, Pedrinho Ferrer, Sérgio Macarrão e Paulão Abdalla. Dos campeões de 75, só Gabriel já não estava mais.

 

Disposto a voltar a ter um protagonismo nacional, em 1984 o clube fez pesadas contratações: Carioquinha, Nilo Guimarães e Marcelo Vido, do São José, mais o argentino Germán Filloy e Marquinhos Abdalla, campeões nacionais com o Sírio. O técnico era Marcus Vasconcellos, o Pingo. O time acabou, pela 2ª vez em sua história, vice-campeão da Taça Brasil, perdendo o título para o Monte Líbano de Maury, Marcel, Cadum, Pipoka e Israel, e do técnico Edvar Simões. O Quadrangular Final foi em março de 1985 no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo: Flamengo, Corinthians, Monte Líbano e Sírio. O time rubro-negro perdeu na estréia para o Monte Líbano, que viria a ser campeão, por implacáveis 107 x 83. Depois, de forma dramática, vitória sobre o Corinthians na prorrogação, por 99 x 98, e vitória sobre o Sirio por 92 x 86.

 

Mas o grande investimento rendeu frutos, o grupo foi tricampeão carioca em 1984-85-86. Em 84, com Nilo Guimarães, Carioquinha, Marcelo Vido, Germán Filloy, Almir, Pedrinho Ferrer, Carlão Ostermann e os irmãos Paulão e Marquinhos Abdalla. Em 85 o técnico Pingo foi substituído por Emmanuel Bonfim. O quinteto do bi: Nilo Guimarães, Almir, Pedrinho Ferrer, Germán Filloy e José Pelaggi. Em 86, o Flamengo perdeu o argentino Filloy, mas trouxe, da República Dominicana, dois grandes jogadores: Victor Chacón e Héctor Muñoz. O time do tri era: João Batista, Héctor Muñoz, Pedrinho Ferrer, Waldeir e Victor Chacón.

 

Para impedir o tetra rubro-negro, o Vasco investiu pesado em 1987. Tirou da Gávea o craque do time, Héctor Muñoz, e o técnico, Emanuel Bonfim, e contratou outro dominicano: Evaristo Pérez. O Flamengo, para repor a perda de Muñoz, contratou o norte-americano Rocky Smith. A final do Carioca daquele ano foi eletrizante, o Flamengo venceu a primeira partida por 107 x 96, mas perdeu as duas seguintes para o Vasco, por 82 x 80 e 75 x 74 e viu o sonho do tetracampeonato se esfarelar, de maneira dramática e sensacional, ponto a ponto, nos segundos finais.

 

Na temporada de 1988, o clube voltou a investir pesado, contratando três jogadores da seleção brasileira que havia vencido o Pan-Americano de 1987 nos Estados Unidos: Maury, Cadum e Paulinho Villas Boas, que eram a base do Monte Líbano, tetracampeã nacional entre 1984 e 1987. Juntamente a eles foi trazido o experiente técnico Zé Boquinha. Eram grandes as aspirações rubro-negras, mas no Campeonato Nacional o time terminou em 3º lugar, jogando com Maury, Cadum, Paulinho Villas-Boas, os norte-americanos Rocky Smith e John Flowers, e o dominicano Victor Chacón. No Hexagonal Final jogaram Flamengo, Sirio, Franca, Rio Claro, Pirelli e Monte Líbano. Diante de 5 pesos-pesados do basquete paulista, lutou pelo título até a última rodada, quando Flamengo e Sírio se enfrentaram e quem vencesse saía campeão e o derrotado ficaria em terceiro. Ainda não foi daquela vez.

 

A decepção levou a um forte desinvestimento, só revertido em 1994, com um projeto capitaneado pelo técnico Miguel Ângelo da Luz, campeão mundial com a seleção brasileira feminina naquele mesmo ano de 1994 e medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. O trabalho levou à conquista do Tri Carioca de 1994-95-96. A base do time tinha Alberto, Almir, Bento, Alexey, Olívia e Gema. Em 94 com os norte-americanos Alvin Frederick e Johnny Walker, em 95 substituídos por seus conterrâneos Derrick Warren e Leon Jones, e em 96 com a volta de Alvin ao lado do também norte-americano Brent Merrit.

 

A obsessão continuava sendo o título nacional. Desde a criação da Liga Nacional, em 1990, o Flamengo tinha um desempenho intermediário, caía sempre nas quartas de final. Querendo mudar isto, na temporada de 98, contratou o técnico Ary Vidal e o norte-americano Marc Brown, que tinham sido vice-campeões nacionais com o Corinthians Gaúcho nas temporadas de 1996 e 1997. Também comprou Fernando Minucci, estrela do Franca e da Seleção, naquele momento. O time novamente caiu nas quartas de final.

 

Mas o Flamengo não desistiu, remontou um projeto com a contratação do trio Ratto, Caio Cazziolatto e Pipoka, que, com o Mogi, venceram o Campeonato Paulista de 96. Ainda contratou o ala Vanderlei Mazzuchini e o treinador Zé Boquinha. O time foi campeão carioca, tendo o norte-americano Askia Jones como principal jogador. Os campeões de 1998 (3 x 2 na final sobre o Vasco): Ratto, Alberto, Caio Cazziolato, Askia Jones, Vanderlei Mazzuchini, Kendrick Warren e Pipoka. Na Liga Nacional, mais uma queda nas quartas.

 

A obsessão continuava. A cartada seguinte foi contratar a trupe de Oscar Schimdt, que quando voltou da Europa montou um mesmo grupo que defendeu Corinthians (Campeão Brasileiro de 96), Barueri e Mackenzie (Campeão Paulista de 98). No pacote, o técnico Cláudio Mortari, o norte-americano Robyn Davis, o veterano Paulinho Villas-Boas (de volta à Gávea) e o pivô Josuel.

 

Oscar chegou ao Flamengo já veteraníssimo, aos 41 anos, em 1999, mas ainda encontrou tempo para fazer história. Ficou na Gávea por 4 temporadas: 1999-00, 2000-01, 2001-02 e 2002-03. Na Liga Nacional, Oscar foi o maior pontuador por 8 temporadas consecutivas, de 1996 a 2003, metade delas jogando com a camisa do Flamengo.

 

O time faturou o Bi-carioca em 1999. Na final, 3 a 0 sobre o Botafogo, de Marcelinho Machado. Na semi-final, havia conseguido um heróico 3 a 2 sobre o Vasco. O time do bi: Ratto, Caio Cazziolato, Robyn Davis, Oscar Scmidt, Paulinho Villas-Boas, Pipoka, o canadense Greg Newton e Josuel. Na Liga Nacional, esta equipe perdeu a série final por 3 a 1 para um timaço do Vasco, que tinha Helinho, Charles Byrd, Demétrius, Rogério Klafke, Sandro Varejão e o dominicano Jose Vargas, sob o comando técnico de Hélio Rubens.

 

Após a frustração da derrota para o Vasco, foram três temporadas seguidas "mornas". Até que em 2004, com um time renovado e Emanuel Bonfim como treinador,  os jovens Alexandre Olivinha, Duda Machado e o norte-americano Marc Brown, o Flamengo surpreendeu, liderou a 1ª fase, mas perdeu outra final, desta vez para Uberlândia, também comandado por Hélio Rubens.

 

O sonho do título nacional só se realizou em 2008, com a equipe treinada por Paulo Chupeta, que tinha os irmãos Marcelinho e Duda Machado, o pivô Alírio, o ala cubano Amiel Vega e o armador Hélio. Antes, o time foi vice-campeão da Liga Sul-Americana, batendo na semifinal, num duelo histórico, o Boca Juniors. Foi à final contra o Regatas de Corrientes, também da Argentina. Perdeu os 2 primeiros jogos em solo estrangeiro e venceu 2 vezes no Maracanãzinho. No 5º jogo, em Corrientes, foi uma batalha, com um clima entre quadra e arquibancada super adverso. A 5 minutos do fim, o time chegou a empatar em 57 a 57, mas os argentinos, mestres em usar o fator quadra para desestabilizar emocionalmente o adversário, venceram por 73 a 65 e ficaram com o título. Como a quadra ficava muito perto das arquibancadas, jogadores do Flamengo recebiam cusparadas dos torcedores. Foi uma guerra suja.

 

O título sul-americano escapou, mas não o nacional. O adversário a ser batido na final era o time do Universo Brasília, campeão nacional de 2007. Nos 2 primeiros jogos, no Maracanãzinho, o Flamengo sobrou em quadra, venceu por 93 a 66 e por 91 a 76. No 3º jogo, na capital federal, o Flamengo passou o jogo inteiro atrás no marcador, mas conseguiu a virada nos 7 minutos finais e venceu por 101 a 96. O sonho do basquete rubro-negro estava sacramentado. Os campeões de 2008: Hélio, Fred, Duda Machado, Marcelinho Machado, Amiel Vega, Fernando Alvim, Wágner, Alírio e Fernando Coloneze.

 

Para a temporada 2009, o Flamengo se reforçou com o ala-pivô Jéfferson Willian e o pivô Rafael Araújo, o “Baby”, ex-jogador de Toronto Raptors e Utah Jazz, da NBA. Conquistou o bicampeonato brasileiro vencendo novamente o Universo Brasília, de Alex Garcia, desta vez por 3 a 2. O time venceu o 1º jogo em Brasília por 81 a 74, mas perdeu o 2º no Rio por 81 a 71. O 3º jogo, também no Rio, teve vitória rubro-negra por 99 a 78, seguida por uma derrota na capital federal por 82 a 78. A série estava empatada em 2 x 2. A partida que decidiu o título, jogada na Arena Olímpica da Barra, diante de mais de 15 mil torcedores, teve vitória rubro-negra por 76 a 68.

 

Bi-campeão, o Flamengo queria mais. A maior conquista estava reservada para o ano seguinte: a Liga Sul-Americana. Classificado para o Quadrangular Final, a equipe rubro-negra foi a Santiago Del Estero, na Argentina, para buscar a maior glória de sua história. Nas 12 primeiras edições da Liga Sul-Americana, os argentinos foram 9 vezes campeões. Times brasileiros já haviam perdido 8 finais da liga para argentinos. A partida que decidiu o título em 2009 entre Flamengo e Quimsa foi dramática. O time rubro-negro tinha a vantagem de 97 x 96 e o quinteto argentino tinha a posse de bola para realizar o último ataque do jogo, com menos de 20 segundos no cronômetro. Nos segundos finais, o norte-americano Ramell Allen se preparou para a infiltração, mas ao tentar driblar Coloneze, a bola bateu na ponta do pé do brasileiro e correu para o meio da quadra, os dois se atiraram na bola e, faltando 4 segundos, foi dada bola presa; os três árbitros não interpretaram o toque no pé como intencional. Reposição e Duda sofre falta. Ele acerta o 1º lance-livre e erra o 2º, mas Coloneze pega o rebote e acaba o jogo. Vitória por 98 x 96 com incríveis 41 pontos de Marcelinho. Desde 1986 um clube brasileiro não retornava de solo argentino com um troféu na bagagem, quando o então time paulista do Monte Líbano havia vencido o Ferro Carril e conquistado o Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões. Eram 23 anos sem que um quinteto de jogadores brasileiros voltasse de solo argentino com um troféu. Uma brilhante e heróica conquista.

 

Em 2010, o tri-campeonato nacional escapou no último jogo, vencido pelo Universo Brasília, de Alex Garcia e Guilherme Giovannoni, por 76 x 74, fechando a série em 3 x 2. No fim daquele ano, mais uma derrota para o Brasília numa final, desta vez da Liga Sul-Americana, e em pleno Rio de Janeiro. Em 2011 e 2012, dois 4º lugares na liga nacional, no último deles numa equipe com os argentinos Federico Kammerichs de ala-pivô e Gonzalo Garcia de treinador.

 

Na temporada seguinte, com José Alves Neto como treinador, e uma equipe com Kojo Mensah, Vítor Benite, Marquinhos, Alexandre Olivinha e Caio Torres de titulares, e Gegê, Duda Machado, Bruno Zanotti e Shilton no banco, o Flamengo foi Campeão Brasileiro da temporada 2012-13, o terceiro título da Liga Nacional de sua história.

 

Nenhuma temporada, no entanto, foi equivalente à 2013/14, na qual o Flamengo foi campeão de tudo que disputou. Conquistou seu 9º título Carioca consecutivo, foi campeão da Liga das Américas e faturou seu 4º título nacional. Os comandados de José Neto nestas conquistas foram os titulares Nicolás Laprovittola, Marcelinho Machado, Marquinhos, Alexandre Olivinha e Jerome Meyinsse. No banco estavam Gegê, Dartona Tony Washam, Shilton e Cristiano Felício. O clube ainda conquistou pela segunda vez em três edições a Liga de Desenvolvimento, campeonato nacional sub-22.

 

O incrível 20-0 do Flamengo na temporada 2012-13:

A maior sequência de vitórias consecutivas em início de temporada na Liga Nacional de basquete era do Universo/Brasília, com 8 vitórias seguidas na temporada 2009-10. A maior sequência em primeira fase era do Flamengo, com 17 vitórias seguidas em 2009. Ambas as marcas caíram nesta temporada 2012-13, na qual o Flamengo fez 20 vitórias seguidas nos 20 primeiros jogos da Liga. Só não superou a marca do time do Flamengo em 2009, que com 17 na 1ª fase e 7 nos play-offs havia conseguido 24 vitórias seguidas.

 

Eis a sequência rubro-negra nesta temporada e os jogadores que conseguiram esta façanha:

 

82 x 61 Vila Velha (f)

Vítor Benite (7), Marcelinho Machado (2), Marquinhos (22), Olivinha (12) e Caio Torres (21).

Banco: Kojo Mensah (4), Gegê (4), Duda Machado (7), Diego Marques (3), Douglas Corrêa (0) e Feliz (0).

 

82 x 77 Franca (f)

Gegê (9), Vítor Benite (21), Marquinhos (15), Olivinha (17) e Caio Torres (15).

Banco: Kojo Mensah (4), Duda Machado (0) e Shilton (1).

 

102 x 88 UniCeub/Brasília (c)

Gegê (18), Vítor Benite (9), Marquinhos (23), Olivinha (23) e Caio Torres (19).

Banco: Kojo Mensah (5), Duda Machado (3), Luís Otávio Chupeta (0), Diego Marques (0), Feliz (2) e Shilton (0).

 

86 x 61 Basquete Cearense/Sky (c)

KojoMensah (6), Vítor Benite (14), Marquinhos (19), Olivinha (18) e Caio Torres (5).

Banco: Gegê (6), Duda Machado (11), Luís Otávio Chupeta (0), Diego Marques (1), Feliz (2) e Shilton (4).

 

70 x 64 Mogi (c)

Kojo Mensah (10), Vítor Benite (9), Marquinhos (27), Olivinha (9) e Caio Torres (6).

Banco: Gegê (2), Duda Machado (5), Diego Marques (0), Feliz (0) e Shilton (2).

 

87 x 59 Liga Sorocabana (f)

Kojo Mensah (15), Vítor Benite (5), Marquinhos (23), Olivinha (17) e Caio Torres (7).

Banco: Gegê (2), Duda Machado (8), Diego Marques (2), Douglas Corrêa (0), Feliz (4) e Shilton (4).

 

102 x 97 Bauru (f)

Kojo Mensah (19), Vítor Benite (20), Marquinhos (22), Olivinha (9) e Caio Torres (6).

Banco: Gegê (8), Duda Machado (16), Diego Marques (0), Feliz (0) e Shilton (2).

 

94 x 70 Tijuca (n)

Kojo Mensah (6), Vítor Benite (9), Marquinhos (24), Olivinha (16) e Caio Torres (12).

Banco: Gegê (5), Duda Machado (12), Luís Otávio Chupeta (0), Diego Marques (2), Douglas Corrêa (0), Feliz (4) e Shilton (4).

 

94 x 67 Joinville (c)

Gegê (2), Vítor Benite (12), Marquinhos (23), Olivinha (8) e Caio Torres (10).

Banco: Kojo Mensah (5), Duda Machado (18), Luís Otávio Chupeta (0), Diego Marques (5), Douglas Corrêa (4), Feliz (0) e Shilton (7).

 

98 x 81 Limeira (c)

Kojo Mensah (14), Vítor Benite (23), Marquinhos (20), Olivinha (15) e Caio Torres (16).

Banco: Gegê (3), Duda Machado (7) e Shilton (0).

 

83 x 75 São José (c)

Kojo Mensah (9), Vítor Benite (12), Marquinhos (17), Olivinha (15) e Caio Torres (9).

Banco: Gegê (3), Duda Machado (16) e Feliz (2).

 

105 x 74 Suzano (f)

Kojo Mensah (11), Vítor Benite (19), Marquinhos (30), Olivinha (13) e Caio Torres (14).

Banco: Gegê (0), Duda Machado (14), Diego Marques (0), Douglas Corrêa (0) e Feliz (4).

 

106 x 61 Palmeiras (f)

Kojo Mensah (10), Vítor Benite (28), Marquinhos (20), Olivinha (16) e Caio Torres (10).

Banco: Gegê (6), Duda Machado (7), Diego Marques (5), Douglas Corrêa (0) e Feliz (4).

 

105 x 90 Minas (f)

Kojo Mensah (13), Vítor Benite (16), Marquinhos (23), Olivinha (25) e Caio Torres (23).

Banco: Gegê (0) e Duda Machado (5).

 

94 x 70 Paulistano (c)

Kojo Mensah (14), Vítor Benite (21), Marquinhos (23), Olivinha (14) e Caio Torres (8).

Banco: Gegê (3), Duda Machado (8), Bruno Zanotti (1) e Feliz (2).

 

102 x 85 Pinheiros (c)

Kojo Mensah (9), Vítor Benite (15), Marquinhos (22), Olivinha (23) e Caio Torres (18).

Banco: Gegê (2), Duda Machado (12), Bruno Zanotti (0) e Feliz (1).

 

87 x 78 Uberlândia (f)

Kojo Mensah (11), Vítor Benite (12), Marquinhos (23), Olivinha (11) e Caio Torres (11).

Banco: Gegê (3), Duda Machado (8) e Feliz (8).

 

96 x 77 Vila Velha (c)

Gegê (0), Vítor Benite (11), Marquinhos (16), Olivinha (16) e Caio Torres (31).

Banco: Duda Machado (16), Diego Marques (0), Douglas Corrêa (0), Bruno Zanotti (6), Feliz (0) e Alexandre Paranhos (0).

 

90 x 77 Minas (c)

Kojo Mensah (13), Vítor Benite (6), Marquinhos (30), Olivinha (17) e Caio Torres (2).

Banco: Gegê (3), Duda Machado (16), Diego Marques (0), Douglas Corrêa (1), Bruno Zanotti (2) e Feliz (0).

 

84 x 82 São José (f)

Kojo Mensah (17), Vítor Benite (2), Marquinhos (20), Olivinha (16) e Caio Torres (15).

Banco: Gegê (3), Duda Machado (11) e Bruno Zanotti (0).

 

Vantagens no placar: 21 pontos em Vila Velha fora, 5 pontos no Franca fora, 14 pontos no Brasília em casa, 25 no Cearense em casa, 6 no Mogi em casa, 28 na Liga Soracabana fora, 5 sob Bauru fora na prorrogação, 24 no Tijuca, 27 no Joinville em casa, 17 no Limeira em casa, 8 no São José em casa, 31 no Suzano fora, 45 no Palmeiras fora, 15 no Minas fora, 24 no Paulistano em casa, 17 no Pinheiros em casa, 9 no Uberlândia fora, 19 no Vila Velha em casa, 13 no Minas em casa e 2 no São José fora (a única da série por menos de 5 pontos de diferença).

 

Em 16 de fevereiro de 2013, a série foi interrompida com uma derrota para Franca, em pleno Tijuca Tênis Clube, por 86 x 91.

 

Em 2014, o Flamengo conquistou de forma invicta a Liga das Américas. A campanha foi a seguinte:

 

123 x 90 Capitanes de Arecibo (Porto Rico)

109 x 105 Mavort (Equador)

116 x 78 Leones de Quilpne (Chile)

88 x 72 Cocodrilos caracas (Venezuela)

101 x 81 Uberlândia (Brasil)

78 x 58 Helcones Xalapa (México)

113 x 81 Aguada (Uruguai)

 

Em 22/03, o Flamengo decidiu o título contra o Pinheiros, no Maracanãzinho. Com uma vitória de 85 x 78, o Flamengo se consagrou campeão sul americano.  

 

Flamengo Campeão Intercontinental de Clubes (Mundial) em 2014:

 

O Flamengo foi o campeão da Liga das Américas 2014. Por esta conquista, enfrentou o Maccabi Tel Aviv, campeão da Euroliga, pela Copa Intercontinental, torneio que depois de muitos anos sem ter sido disputado, voltou a existir em 2013. Entre 1966 e 1987 houve 20 edições do torneio e em apenas duas delas, o título ficou com o campeão sul-americano: o Sirio em 1979 venceu o KK Bosnia em São Paulo e o Obras Sanitárias da Argentina venceu o Cantu, da Itália, em Buenos Aires. No novo formato, os campeões da América Latina e da Europa se enfrentavam em dois jogos.

 

Superar o campeão da Euroliga podia parecer uma missão quase impossível, mas no 1º jogo, o Flamengo impôs uma defesa forte e conseguiu se manter a frente do placar até os três minutos finais. No 1º quarto as equipes fizeram uma parcial muito equilibrada, revezando-se na liderança. O Maccabi impunha um forte jogo coletivo, com grande quantidade de rotações. Nos segundos finais, uma infiltração do armador argentino Nicolás Laprovittola deixou o Flamengo a frente: 15 x 14. No 2º quarto, o jogo interno do Flamengo passou a funcionar com Olivinha e Derrick Caracter. Vítor Benite também entrou muito bem e foi determinante para que a liderança chegasse a 10 pontos a pouco mais de 3 minutos para o intervalo. Mas do outro lado estava o campeão europeu, que não à toa superou a Real Madrid, Barcelona e CSKA Moscou. Com protagonismo de Brian Randle, o Maccabi cresceu no jogo, fez uma sequencia de 7-0 e diminuiu o prejuízo para três. Mas, Benite com a mão quente, em outro arremesso da cabeça do garrafão, voltou a pôr a diferença em cinco. Fim de 1º tempo: 35 a 30 para o Flamengo.

 

O Flamengo começou o 3º quarto com uma bola de três de Marquinhos, ampliando a diferença para 8 pontos. Na sequência, porém, foram quatro ataques errados. O ala Landesberg então brilhou. Fez 6 pontos consecutivos e o Maccabi Tel Aviv ultrapassou o Flamengo. Nos minutos finais, porém, com boa performance de Olivinha, o time rubro-negro conseguiu terminar o quarto com vantagem de 5 pontos: 51 x 46. No último quarto, os israelenses foram para cima do Flamengo, com seus principais jogadores assumindo papel de protagonismo com belas jogadas individuais. Jeremy Pargo foi o protagonista no momento em que a partida precisava de uma referência e um jogador de personalidade para decidir o jogo. Ex-jogador de Memphis Grizzlies, Cleveland Cavalliers e Philadelphia 76ers, Pargo havia anotado apenas 7 pontos no primeiro tempo, acordou no segundo, com duas bolas de três e 14 pontos, o dobro dos vinte minutos iniciais. O camisa 4 mudou o jogo. O Maccabi pôs 67 x 64 no placar. Jerome Meyinsse ainda enterrou com raiva a 4 segundos do fim. O Maccabi pediu tempo, a 4 segundos do fim. O placar apontava 67 x 66. Na reposição de bola, o inspirado Jeremy Pargo anotou mais dois no estouro do cronômetro para dar números finais: Maccabi 69 x 66 Flamengo. O Flamengo precisava vencer o 2º jogo por quatro pontos para conquistar a Copa Intercontinental (vitória por três pontos levaria o jogo para a prorrogação).

 

A segunda partida começou com o time israelense abrindo 7 x 0. O Flamengo reagiu e fez uma importante corrida de 11-0. Com 10 pontos no quarto, Laprovittola comandava as ações. Mas o campeão europeu mostrou sua força e foi tirando a diferença para passar a frente no minuto final. No fim do 1º quarto, o argentino Wálter Herrmann acertou belo tiro de três, deixando o Flamengo em vantagem no fim da parcial, com 27 x 25. Se no 1º quarto, a necessidade de vencer por quatro pontos fez o Flamengo impor um ritmo forte e ofensivo, no 2º quarto o time priorizou a defesa. O jogo ficou apertado, com a liderança mudando de lado a cada instante. A defesa rubro-negra funcionou e o Maccabi fez apenas 11 pontos no 2º quarto. Com grande atuação ofensiva de Jerome Meyinsse, com Laprovittola pontuando e armando com muita eficiência, e Vítor Benite marcando muito, o placar final do 1º tempo foi 46 x 36 para o campeão da Liga das Américas.

 

No 3º quarto, Jeremy Pargo voltou inspiradíssimo. O armador norte-americano recolocou o Maccabi Tel Aviv na disputa com consecutivos arremessos de três pontos, jogando pressão sobre o Flamengo. Pargo estava decidido a estragar a festa rubro-negra, acertando três cestas de três seguidas. Pnini também deixou a sua. A artilharia pesada do Maccabi não tinha fim e Pargo fez mais uma cesta, a quarta. Se Pargo desequilibrava de um lado, Meyinsse também tinha uma atuação exuberante pelo Flamengo, com seguidas enterradas em jogadas bem trabalhadas por toda a equipe rubro-negra. Mas a performance espetacular do camisa 4 do Maccabi Tel Aviv foi o fator determinante. Ele fez 16 pontos só no 3º quarto, recolocando o time israelense no jogo. O quarto terminou com o Flamengo vencendo por 64 x 61.

 

Mas o começo do 4º quarto apresentou um Flamengo fulminante. A sete minutos para o fim do jogo a vantagem chegou aos 11 pontos. As bolas do Flamengo caiam de todos os lados e por todas as mãos, principalmente através de Nico Laprovittola e Meyinsse. Mas, também com Herrmann, Olivinha e Benite, sendo que este último seguia impondo uma marcação forte. Se Vítor Benite não apareceu tanto nas estatísticas individuais, foi um monstro no jogo coletivo. O Maccabi começou a tentar forçar jogadas, dando sinais de algum desespero. Com Laprovittola inspirado, o Flamengo utilizou o momento favorável e conseguiu abrir boa vantagem. O Maccabi diminuiu a diferença para 9 pontos numa bola de três de Hayes a 1m37s para o fim do jogo. O Flamengo conteve seus nervos, tinha 8 pontos de frente a 53 segundos do fim, só uma tragédia tiraria o maior titulo da história do basquete da Gávea. Quando os israelenses buscaram se recuperar, não havia mais tempo. De um lado, Pargo foi obrigado a precipitar arremessos de três pontos para tentar diminuir a diferença. Do outro, o Flamengo valorizou bem as posses de bola e segurou sua vantagem até o cronômetro zerar. Final: 90 x 77. Desde 1983 uma equipe da FIBA Américas não superava uma equipe da FIBA Europa. Flamengo: Campeão Intercontinental. O elenco campeão foi formado por Marcelinho Machado, Walter Herrman, Laprovitolla, Marquinhos, Jerome Meyense, Danielzinho, Vitor Benite, Chupeta, Olivinha, Gegê, Cristiano Felício e Derrick Caracter. O treinador era José Neto.

 

Mas quem pensou que 2014 era o auge, se enganou. Em 2015 e 2016 a saga de títulos continuou. Mais dois títulos do NBB. Em 2015 (TRI), em 2016 (TETRA) e a continuidade da seqüência de títulos cariocas, sendo decacampeão em 2014, igualando o recorde da "Geração Algodão" e 2015 com a quebra do recorde, com a conquista do Undecacampeonato. Em 2016 o título carioca confirmou a grande supremacia do Flamengo no Rio de Janeiro.

 

Mas, esta hegemonia foi causando um enfraquecimento do Campeonato Carioca, onde a cada ano, menos clubes participaram da competição. Em, 1917, por exemplo, não houve a disputa do campeonato.

 

Em 2015, o Flamengo, com o mesmo elenco da conquista do Mundial, foi campeão do campeonato do NBB. Na semi final, o Flamengo fez 3 x 0 contra o Limeira. A final foi contra o Baurú. No Rio de Janeiro, o Flamengo venceu por 91 x 69. Em Baurú, o Flamengo realizou uma partida perfeita e venceu por 77 x 67, conquistando o Tricampeonato consecutivo do NBB.

 

Em 2016 o Flamengo decidiu o NBB novamente contra o Baurú. A decisão estava empatada por 2 x 2 e a partida decisiva foi vencida por 100 x 66, com o Flamengo conquistando seu quarto título consecutivo do NBB(sexto no geral). O elenco campeão foi formado por Marcelinho Machado, Marquinhos, Jerome Meyensse, Danielzinho, Olivinha, Gegê, J.P. Batista, Robinson, Rafa Luz, Ronald Ramon e Mineiro. No Campeonato Cario, o Flamengo venceu o Vasco na primeira partida e perdeu a segunda. Na terceira partida, o Vasco, em briga contra a Federação, não compareceu e o Flamengo foi campeão com um inédito WO.

 

Em 2017, o Basquete Rubro-Negro não conseguiu conquistar títulos importantes. Nem o Carioca, que não aconteceu por falta de número de times.

 

Em 2018, o Flamengo conquistou o título do Torneio Super 8. Este torneio era disputado pelos 8 primeiros colocados no Campeonato do NBB, quando a primeira parte do campeonato terminava. No início do ano seguinte, este torneio era disputado, antes do campeonato nacional se reiniciar.

 

Em 2017 e 2018, o Flamengo não conseguiu chegar as Finais do NBB. Mas, em 2019, o Flamengo conquistou o seu sexto título do NBB (2018-2019). Capitaneados por Olivinha, Marquinhos e Anderson Varejão, que não havia conseguido um time da NBA para jogar, o Flamengo passou pelo Botafogo na semi final e pegou o Franca na decisão. A decisão estava 2 x 1 para o Franca. No quarto jogo, no maracanã Zinho, o Flamengo venceu e provocou o quinto e último jogo da decisão, que seria disputado no Ginásio Pedrocão, em Franca. Com uma atuação simplesmente fantástica, o Flamengo venceu por 81 x 72 e conquistou o sexto título do NBB. O elenco foi formado por Olivinha (considerado o melhor jogador das finais), Maruqinhos, Anderson Varejão, Franco Balbi, Davi Rosseto, Rafa Mineiro, Crescenssi, Nesbitt, Derick Ramos e Jhonatas.

 

O Campeonato do NBB 2019-2020 estava sendo realizado sem maiores problemas, quando em abril de 2020, ele foi interrompido. A pandemia do Covid19 interrompeu o esporte em todo o mundo. Com a paralisação do campeonato e a demora para seu reinício, os clubes decidiram que o campeonato seria interrompido definitivamente e não houve campeão. No campeonato estadual, o Flamengo manteve a tradição e foi campeão pela 15ª vez consecutiva.

 

Em 2021, o Flamengo começou sendo campeão do Torneio Super 8, pois estava liderança do Campeonato Brasileiro. A decisão foi contra o São Paulo. Faltando 4 minutos para o final da partida, o Flamengo perdia por 7 pontos. Com uma atuação perfeita de Olivinha, Marquinho e do argentino Franco Balbi, o Flamengo virou o marcador e venceu por 79 x 71.

 

Em abril, o Flamengo decidiu a Champions League das Américas, novo nome para o Campeonato Sul Americano. Em 14 de abril, o Flamengo decidiu na Nicarágua o título contra o time local do Real Estelí. No ano anterior, o Flamengo ficou em segundo, quando perdeu por meros detalhes para o Quinsa da Argentina. Dessa vez, o Flamengo foi campeão quando derrotou o time nicaragüense por 84 x 80, conquistando o título sul americano pela 5ª vez em sua história.

 

No Campeonato Brasileiro (NBB), o Flamengo realizou uma campanha simplesmente maravilhosa. Na semi final, o Flamengo varreu o Paulistano por 3 x 0. Devido a Pandemia, criou-se uma “bolha”, com os jogos sendo realizados no Maracanãzinho. Na final, o Flamengo jogou contra o São Paulo. Mas, o Flamengo perdeu o argentino Franco Balbi, machucado. Era uma grande perda num momento decisivo. No primeiro jogo, o empate por 93 x 93 chegou a 4 segundos do término da partida. Foi quando Yago, baixinho na estatura, mas um gigante dentro da quadra, arremessou da linha dos três pontos e deu a vitória ao Flamengo. Na segunda partida, 0 Flamengo estava empatado por 80 x 80. Faltando 12 segundos, o Flamengo fez uma cesta e passou a frente por 82 x 80. Faltando 4 segundos, houve uma falta com 2 lances livres para o São Paulo. Apenas um lance livre foi aproveitado. Mas, a posse de bola era do São Paulo. Houve três tentativas, com a bola tocando o aro, com vários tapinhas. A bola não entrou e o Flamengo venceu de forma sensacional por 82 x 81. Faltava apenas mais uma vitória. E o Flamengo com incríveis 32 jogos de invencibilidade.

 

Em 27 de maio, o Flamengo enfrentou o São Paulo na terceira partida da decisão. Dos três jogos, foi aquele em que o Flamengo administrou de forma mais tranqüila. As boles de três pontos caíam sem parar. Ao final do jogo, a vitória de 93 x 85 deu ao Flamengo seu oitavo título nacional e o sétimo do NBB. O elenco que conseguiu essas conquistas  foi formado por Olivinha, Franco Balbi, Yago, Marquinhos, Rafael Hettsheimeir, Luka Matinez, Léo Demétrio, Rafa mineiro, Jhonatan Luz, Chuzito Gonzalez, Diego Figueiredo, Ruan, José Vítor, Camargo, Maciel e Rafael Rachel. No comando técncico Gustavo De Conti.         

 

  • O Basquete Feminino do Flamengo:

 

O primeiro campeonato de Basquete realizado no Rio de Janeiro foi em 1939. Porém, o primeiro Campeonato Carioca oficial, realizado pela Federação Carioca de Basquete somente ocorreu em 1952. Neste campeonato o time feminino do Flamengo foi vice campeão. O primeiro título de Campeão Carioca do Flamengo ocorreu em 1954, com o Fluminense sendo vice campeão.

 

O Basquete Feminino do Flamengo apresentou seu auge nos anos 60. Com nomes do quilate de Angelina, que foi eleita a melhor jogadora do Brasil nos anos 1964, 1965 e 1966, de Heloísa Helena Miceli, Norma Vaz, Marlene, Norminha, Delci, Maria Terezinha, Nívia, Glicínia e Ivanira, o Flamengo conquistou os títulos cariocas em 1964 e 1965, sendo vice campeão em 1961, 1962 e 1963. Em 1968, a base da seleção brasileira tinha 4 jogadoras do Flamengo: Angelina, Marlene, Norminha e Delci.

 

Em 1966, o Flamengo conquista dois torneios internacionais no Peru, nas cidades de Chiclayo e Lima. A delegação que disputou os torneios foi chefiada pelo Grande Benemérito Ruy dos Santos Baptista. Participaram também a Diretora Bertha Glenadel Duarte, o Técnico Ary Vidal e a Roupeira Conceição. As atletas que conquistaram os torneios foram: Norma Pinto de Oliveira(Norminha), Edir Marques Soares(Didi), Angelina, Delcy Ellender Marques(Delci), Marlene José Bento(Marlene), Ivanira Lemos Magdal(Ivanira), Regina Machado, Luíza Helena Miceli, Norma Rosa Vaz(Norma Vaz), Maria Amélia(Amelinha), Miltes, Angélica e Ingelborg Frieck (multicampeã pelo Flamengo em vários esportes). Os torneios foram disputados na primeira quinzena de março. No Torneio Internacional de Chiclayo, os resultados foram os seguintes: 64 x 57 Colo Colo (Chile), 57 x 32 Seleção de Lima(Peru), 60 x 38 Seleção de Chiclayo (Peru), 84 x 45 Olimpia(Paraguai) e 68 x 31 no Boca Juniors(Argentina). No Torneio Internacional de Lima, os resultados foram os seguintes: 72 x 46 Olimpia(Paraguai), 70 x 50 Colo Colo(Chile) e 87 x 37 Seleção de Lima(Peru). O time também realizou duas partidas amistosas, com mais duas vitórias. Com isso, o time realizou dez partidas no Peru e voltou invicto.

 

Em 1966, o Flamengo também conquistou o V Torneio Internacional de Estrelas, realizado anualmente em Piracicaba, interior de São Paulo. O Flamengo derrotou a Pirelli, o São Bento e o Sport Praga da Tchecoslováquia.

 

Em 1967, o Flamengo voltou a conquistar este torneio, se tornando Bicampeão.

 

A partir dos anos 70, o Basquete feminino do Flamengo acabou perdendo força e somente conquistou títulos nas categorias de base.

 

  • Outros fatos relevantes da história do basquete Rubro Negro:

 

1ª  Curiosidade:  O jogador Oscar Schimidt tornou-se o recordista mundial de pontos jogando pelo Flamengo de 1995 a 2003.

 

2ª Curiosidade : A campanha ano a ano do DECACAMPEONATO foi a seguinte : 1951 (18 jogos / 18 vitórias), 1952 ( 11 jogos / 11 vitórias), 1953 (22 jogos / 22 vitórias ), 1954 ( 22 jogos / 22 vitórias), 1955 ( 19 jogos / 18 vitórias / 1 derrota), 1956 ( 16 jogos / 15 vitórias / 1 derrota), 1957 ( 22 jogos / 21 vitórias / 1 derrota ), 1958 ( 24 jogos / 24 vitórias) , 1959 (22 jogos / 11 vitórias / 1 derrota ), 1960 ( 17 jogos / 17 vitórias) ; Total Geral 1951 a 1960 ( 193 jogos / 189 vitórias / 4 derrotas). Algodão foi o único jogador a participar de todas as campanhas.

 

3ª Curiosidade:  Foi o Flamengo que conquistou o primeiro título internacional do basquete brasileiro, entre os dias 12 e 21 de dezembro de 1953, na cidade de Antofogasta, no Chile. Participaram os campeões sulamericanos e o anfitrião, o Antofagasta. Infelizmente a Consubasket não reconhece este título como oficial e substituiu a competição pela Copa dos Campeões Sul-Americanos e a Liga Sul-americana.

 

- Técnicos do Flamengo no período das grandes conquistas:

 

Paulo Chupeta – 2007 a 2010

Gonzalo Garcia – 2010 a 2012

José Neto – 2012 a 2018

Gustavo de Conti – 2018 a 2021 (*)

 

* Ainda em atividade

 

- Jogos do Flamengo contra times da NBA:

 

08/10/2014 – Phoenix Suns 100 x 86 Flamengo

15/10/2014 – Orlando Magic 106 x 88 Flamengo

17/10/2014 – Menphis Grizzlies 112 x 72 Flamengo

17/10/2015 – Flamengo 73 x 90 Orlando Magic

25/10/2015 – Orlando Magic 119 x 82 Flamengo

 

- Em 2021, o C.R.Flamengo venceu os 34 jogos disputados na temporada até 27/05/2021.

Na Copa Super 8, foram 3 jogos e 3 vitórias e a conquista do bicampeonato.

Na Champions League Américas, foram 9 jogos e 9 vitorias

No NBB, ao todo foram 38 jogos com 36 vitórias e somente 2 derrotas, porém a ultima derrota foi em 2020 para o Corinthinas 83 a 69. Depois conquistou 23 vitórias consecutivas e conquistou o HEPTACAMPEONATO da competição.