Até os anos 50, o Flamengo não tinha piscina, mas isto não quer dizer que não tinha Natação. Sua equipe treinava no mar. No final da década de 30, o Flamengo entrou para a história da natação brasileira com as "Fortalezas Voadoras", encabeçadas por Piedade Coutinho, Scyla Venâncio, Geysa Carvalho e Lygia Cordovil. Outros nomes de peso são de Luís Alves de Lima, Armando Freitas Filho, Guilherme Bunger, Hugo Uruguay, Ivan Freysbelen, Moacir Marques Machado e Oscar Zuniga. No início da década de 60, o presidente Fadel Fadel construiu o Parque Aquático da Gávea. Em 1963, sob o comando de Rômulo Arantes, a natação rubro-negra voltou a brilhar . Conquista seu primeiro Troféu Brasil em 1968. A década de 80 foi a mais vitoriosa da história da natação rubro-negra. O Flamengo se sagrou octacampeão do Troféu Brasil e Octacampeão do Troféu José Finkel, graças ao grande trabalho do técnico Daltely Guimarães, que revelou atletas como Ricardo Prado, Rômulo Arantes Júnior, Patrícia Amorim, Cristiano Michelena, Maria Elisa Guimarães, Marcelo Jucá e André Teixeira. Na década de 90, a natação rubro-negra ficou um pouco em baixa, no âmbito nacional. Porém retornou às conquistas, quando venceu o Troféu Brasil em 2002 e o Troféu José Finkel em 2001 e 2002, se mantendo como o maior vencedor dos títulos nacionais da Natação brasileira.

 

Uma pouco mais de historia e outras curiosidades

Considerada um dos pontos mais fortes do Flamengo, a Natação foi introduzida no Clube da Gávea antes mesmo da inauguração do departamento, que só aconteceu em 1921. Mas bem antes disso, em 1896, Augusto Lopes, Antônio José Costa Ferreira e Bernardo Pinto Carneiro nadaram 1 hora e 37 minutos, no trajeto Praia do Flamengo - forte São João, na Urca. Alem deste fato outra curiosidade da natação rubro-negra foi a ser um dos fundadores da União de Regatas Fluminense em 31 de julho de 1897. Como na época as competições eram feitas em mar aberto, pois não existiam piscinas no Rio de Janeiro os atletas rubro-negros não competiam. A partir de 1921 o Flamengo deu inicio a estruturação de seu departamento de natação, de 1928 a 1930 o troféu Antunes de Figueiredo foi conquistado pelos nadadores do Flamengo e em 1937 com a contratação do grande técnico Luis Lima que montou uma equipe de grandes astros revelados no próprio clube, com essa equipe poderosa o Flamengo conquistou o tetracampeonato estadual 37-38-39-40.

Em 1939, Ivan Freysleben, grande destaque do esporte no Flamengo, executou o mesmo percurso (praia da Urca a Praia do Flamengo). Ele foi tricampeão carioca em 1938, 1939 e 1940, além de recordista brasileiro e sul-americano, nos 200m. costas. Em 1940, bateu outro recorde, o sul-americano dos 400m. costas e foi campeão pan-americano dos 100m. costas. 

Outro nadador rubro-negro, Marcelo Jucá, ganhou três vezes esta travessia (Urca - Praia do Flamengo) nos anos de 1978, 1979 e 1980, ano que foi para a Olimpíada de Moscou. Jucá começou a competir pelo Flamengo em 1973, quando tinha 10 anos de idade. Aos 12, já chegava a seleção brasileira, especializando-se em competições de fundo. Um dos poucos nadadores que ultrapassou a marca de mil pontos em competições. Marcelo Jucá é Nadador de Ouro do Clube de Regatas do Flamengo. 

A primeira vitória rubro-negra na Natação aconteceu na prova clássica, Coelho Neto, no dia 11 de abril de 1926, com o nadador Guilherme Catamby Filho, que venceu os 200m. nado livre. Uma outra grande conquista do Clube da Gávea foi dada pelo nadador José Augusto Santos Silva, na prova Dr.Geremario Dantas, na distância dos 50m. nado livre. O troféu foi uma estatueta representando um remador. Depois de 1926, e sem piscinas para treinar, o Flamengo voltou a ganhar a prova clássica Coelho Neto, em 1930. Nos anos de 1928, 1929 e 1930, também conquistou a prova Antunes Figueiredo, além da clássica Guanabara. 

Piedade Coutinho, então com 18 anos, chegou ao Flamengo em 1938, contribuindo para o tricampeonato de 1938, 1939 e 1940. "Filhinha", como era carinhosamente chamada pelos colegas de equipe, ganhou campeonatos brasileiros, foi tetracampeã sul-americana e chegou as finais em duas das três Olimpíadas que disputou (Berlim-1936, Londres-1948 e Helsinque-1952). Piedade Coutinho estabeleceu recordes brasileiros e sul-americanos, nos 100m., 200m., 400m., 800m. e 1.500m. nado livre. Ela também foi recordista do "relay" (revezamento) 4x100m. nado livre. Junto com Lygia Cordovil, Scylla Venâncio e Geísa de Carvalho, formaram o quarteto de revezamento, que se tornou conhecido como as Fortalezas Voadoras e garantiram muitas vitórias ao Flamengo.

A Natação do Flamengo se divide em antes e depois das piscinas. Em 15 de novembro de 1965, a piscina olímpica, com nove raias, cronômetro eletrônico e aquecimento d'água ficou pronta. No ano seguinte, a escolinha de natação, sob o comando de Rômulo Arantes (pai), contava com 460 alunos, sendo que 60 foram escolhidos para treinamentos mais intensivos. 

Em 1965, o Flamengo participa do seu primeiro Troféu Brasil de Natação, onde Pedro Carlos Carsalade, Maria Beatriz du Rocher e Carmem Martins Néri, quebraram quatro recordes em suas categorias. Eliana e Eliete Mota, filhas do jogador de basquete rubro-negro, Alfredo Mota, são os destaques da natação do Flamengo ao longo da década de 60. Em 1968, acaba o jejum de 28 anos, que começou em 1940, e o Clube da Gávea conquista o Campeonato da Cidade, em plena piscina do Fluminense.

Em falar de grandes conquistas, não podemos deixar de citar Armando Coelho de Freitas. Ele foi o primeiro nadador da América do Sul a baixar o minuto nos 100m. livres. Foi campeão da Fita Azul, a distinção mais importante da natação brasileira daquela época. Armando também sagrou-se tetracampeão (1937-1940) e ganhou a Taça Peter Fick, que era dada ao nadador mais veloz do país.

Outro nome que merece destaque na modalidade é o de Moacyr Marques Machado, que começou no Boqueirão do Passeio e chegou no Flamengo, em 1927. Quatro anos depois, com apenas 20 anos, Moacyr começou a surpreender em competições interclubes, se destacando nas distâncias de 100m. e 400m. livres. Ele é o introdutor do nado borboleta. Em 1933, começou a competir no nado peito e em 1937, bateu duas vezes recorde dos 400m. peito. 

Há pouco tempo, o Flamengo contou a presença de Patrícia Amorim, que fez o famoso percurso Praia do Flamengo - Urca, quando tinha apenas 5 anos. Com grande habilidade, Patrícia alcançou os títulos de heptacampeã brasileira absoluta, pentacampeã sul-americana (1984 a 1988), recordista sul-americana dos 200m., 400m., 800m. e 1.500m. nado livre. 
Foi a primeira nadadora da América do Sul a baixar a marca dos nove minutos, na prova dos 800m. nado livre e os 17 minutos na prova de 1.500m. nado livre. 

Com tantas vitórias, Patrícia começou a fazer parte da Seleção Brasileira, o que lhe rendeu sete anos de conquistas pelo Brasil. Patrícia Amorim é atleta laureada do Clube de Regatas do Flamengo e tem o título de Cidadã Rubro-Negra, conferido pelo próprio Clube. É a nadadora do Flamengo com o maior número de pontos já marcados.